SUBSTITUIÇÃO
Alfredo Borges Teixeira
Há uma
dupla transferência: a culpa pelos nossos pecados do passado, do presente e do
futuro passa para Jesus e a justiça dele é transmitida a nós. Há uma
substituição: Jesus recebe em nosso lugar a justa retribuição
que nossos pecados merecem. O resultado é a eliminação definitiva e
irrevogável da nossa culpa pelo cumprimento da punição que ela merece. Esse
gesto de maravilhosa graça proporciona a libertação da culpa do pecado. Quando o pecador conhece e aceita a oferta de salvação, é
salvo e deixa de ser réu.
O
livramento, embora planejado antes da fundação do mundo (1Pe 1.20) e da queda do homem e anunciado progressivamente
no Antigo Testamento, se concretiza na Sexta-Feira da Paixão, entre o meio-dia
e as três horas da tarde, em uma colina fora dos muros de Jerusalém, chamada de
Lugar da Caveira, Calvário ou Gólgota (em
aramaico). Entre os acontecimentos misteriosos e aterrorizantes que se deram
durante ou logo após a crucificação de Jesus (escuridão, tremor de terra e
abertura de túmulos, dos quais saíram alguns mortos), o mais significativo foi O ROMPIMENTO DO VÉU DO TEMPLO, QUE SE RASGOU DE CIMA A BAIXO
(MT 27.51). Este sinal demonstra o sucesso do sacrifício expiatório de
Jesus e confirma todos os seus sete “Eu sou”, notadamente, o “Eu sou a porta”
(Jo 10.7), “Eu sou o bom pastor” (Jo 10.14) e “Eu sou o caminho” (Jo 14.6).
Por causa
da morte vicária, João Batista apresenta Jesus como “o
Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29); o apóstolo João
assevera que “o sangue de Jesus, o seu Filho, nos
purifica de todo pecado” (1Jo 1.7); e Paulo garante que Deus perdoou
todos os pecados e “riscou essa condenação que pesava
sobre as nossas cabeças, anulando-a completamente e pregando-a na cruz sobre a
sua própria cabeça” (Cl 2.14).
O fato é
que para livrar o pecador da culpa, da dívida, da vergonha, do fardo -- o Cordeiro de Deus ASSUMIU CONSCIENTE E VOLUNTARIAMENTE A
CULPA, A DÍVIDA, A VERGONHA E O FARDO DO PECADOR CONTRITO E SOFREU O CASTIGO
QUE ERA DELE.
O
complicado cerimonial provisório do Antigo Testamento perdeu o valor por um
sacrifício melhor, perfeito e único. Porque o sangue de touros e bodes não
pôde, de modo algum, tirar os pecados de ninguém. Jesus, ao entrar na história,
declara: “Estou aqui, ó Deus, para fazer a tua
vontade”. E porque JESUS CRISTO FEZ O QUE DEUS
QUIS, NÓS SOMOS PURIFICADOS DO PECADO, POR MEIO DA OFERTA DE SEU CORPO UMA VEZ
POR TODAS (HB 10.5-14).
Para
ser salvo sem a obra vicária de Cristo, o ser humano precisaria obedecer à lei
de Deus sem nem um deslize sequer, o que nunca aconteceria. Ou, então, pagar a dívida contraída pela
desobediência, o que ninguém conseguiria nem nesta vida nem nas chamadas
reencarnações. Deus não aceita boas obras como
pagamento da dívida. A ÚNICA SOLUÇÃO ESTÁ NA
OBEDIÊNCIA ATIVA E PASSIVA À LEI DIVINA, QUE CRISTO REALIZOU NO LUGAR DO
PECADOR.
Alfredo
Borges Teixeira explica que A OBEDIÊNCIA “ATIVA” DE
CRISTO CONSISTE NO FATO DE ELE NUNCA TER PECADO E A OBEDIÊNCIA “PASSIVA” DE
CRISTO CONSISTE NO FATO DE JESUS TER SIDO OBEDIENTE ATÉ A MORTE VICÁRIA, POR
MEIO DA QUAL A CORTINA QUE SEPARAVA O ABSOLUTAMENTE SANTO DO ABSOLUTAMENTE
PECADOR SE RASGOU. Essa obediência é o cobertor da salvação, ou o manto
da justiça, com o qual fomos eficazmente cobertos. Em Cristo não somos mais
caloteiros!
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