CONFLITO
“O reino dos céus é
ainda semelhante a uma rede que, lançada ao mar, recolhe peixes de toda
espécie. E, quando já está cheia, os pescadores arrastam-na para a praia e,
assentados, escolhem os bons para os cestos, e os ruins deitam fora ”(Mt
13:47-48).
“Eu não sei se vou ou fico, eu não sei se fico ou
vou”. Oh dúvida! Eis estabelecido o conflito na sua proporção
máxima. É não ter a certeza, de modo absoluto, do que fazer.
A consumação do reino se realiza através do
julgamento que separa os bons dos maus.
Os que vivem a justiça e a obediência do reino; os que não vivem serão,
definitivamente, excluídos. O reino é de Deus e Ele cuida e no cuidado dele chama os trabalhadores, o
que é um tremendo privilégio para qualquer chamado, e o nosso cuidado deve ser
o cuidado de um trabalhador chamado e nunca o cuidado do dono do reino. Há trabalhadores querendo fazer o que o dono
não deixa de fazer.
O apóstolo Paulo viu e viveu o conflito e o deixou
pontuado na Escritura: está na miserabilidade humana – “Miserável homem que eu
sou” - Usando o artifício da primeira pessoa, Paulo
convida cada um a olhar para si mesmo e para a sociedade, a fim de descobrir o
conflito que se desenrola dentro da condição humana. O ser está dividido entre
o egoísmo e o amor, servir a si e aos outros. Existe, contudo, o predomínio do egoísmo que se alastra e
perverte as relações, as mais íntimas e até as espirituais. A sociedade
torna-se então desumana, injusta e perversa. E quem nos poderá libertar desse
“corpo de morte”?
A filosofia e a teologia são essencialmente uma
transcrição e uma interpretação da experiência humana, e a experiência humana é
de que há um conflito na alma humana. Para Paulo, tratava-se de uma guerra
entre duas forças opostas que chamava de carne e espírito. Aqui estava o dilema
da situação.
É sempre muito bem-vindo qualquer auxílio que nos
vem às mãos para vencermos na nossa luta contra a carne. Certamente, o imprescindível é o “nascimento que vem de
cima” (Jo 3:3-5), realizado pelo
Espírito de Deus. Uma vez habitando o
coração, Ele planta ali o amor de Deus (Rm 5:5). O fruto de sua presença se manifesta em atos
concretos de amor (ágape) revelados nas conhecidas virtudes de Cristo conforme
aparecem em Gálatas 5:22-23. Mas o
recebimento do Espírito não aniquila a carne. A manifestação do fruto do
Espírito não implica no desaparecimento das obras da carne. “A carne milita contra o
Espírito” (Gl 5:17). As obras da carne, portanto, não deixam de
ser o fruto podre e venenoso do “eu” que procura afastar o controle divino da
vida.
Leia a Bíblia. Compreenda a Bíblia. Na Bíblia está a orientação. Ela é o farol.
Ela aponta o rumo. Siga a Bíblia.
Rev. Ersino
Albano da Silva