DEUS é Santo
( …) nem
os céus são puros aos seus olhos. Jó 15.15
Escrever aos amados leitores nem sempre é tarefa
fácil, pois considero uma arte e um dom fazer “o importante se tornar
interessante”. Que Deus me ajude a conseguir fazer tal coisa.
Não é segredo nem novidade para muitos que essa
geração de cristãos tem estado extremamente aquém do Evangelho verdadeiro.
Contudo para se saber as razões e o “porquê” disso, é necessária uma leitura
teológica e espiritual de nossa parte. Tem-se feito muitas especulações a esse
respeito, mas creio que a ignorância do conhecimento de Deus é uma das maiores
causas desse “cristianismo não evangélico” atual. Entendendo assim, anseio
transmitir ao seu coração algo a respeito do Senhor nosso Deus, e de Sua natureza.
Sinto-me desafiado, pois creio ser uma tarefa
dificílima escrever algo sobre um ser que supera – em muito, e em absoluto –
nossa limitada capacidade de compreensão. Tampouco quero presumir por Deus,
pois se assim fizer não acrescentarei nada mais que declarações vagas e
infundadas. Tenho visto muitos cometerem erros ao tentar conjecturar ou mesmo,
através de estudos minuciosos, acharem que podem pensar por Deus. Que o Senhor
me guarde de fazer o mesmo.
Pretendo falar
sobre essa declaração bombástica extraída do livro de Jó: a santidade de Deus.
Talvez seja o atributo que mais defina o caráter de Deus: Sua santidade.
A qualidade de ser santo, incomparável,
inatingível, inimaginável, absoluto, inexpugnável, eterno, infinito em glória e
poder, excelso, augusto, incomensurável, em fim, Deus é santo!
Todavia, a
declaração de Jó 15.15 eleva essa santidade de Deus em um grau que certamente
não temos condições de compreender, pois o texto diz que: “nem o céus são puros
aos seus olhos”, isto é, nem
o céu é santo o suficiente para Ele! Isso posiciona Deus e Sua santidade em uma esfera tão
elevada, que nossa mente e coração não podem assimilar ou suportar tal ciência.
Nada criado se equivale à santidade de Deus, nem
mesmo o próprio céu! Uma declaração semelhante feita por Salomão nos deixa
ainda mais perplexos quanto à glória e a santidade de Deus: “Mas, na
verdade, habitaria Deus na terra? Eis que os céus, e até o céu dos céus, não te
poderiam conter (…)” (1Re 8.27).
Nem o céu dos céus, nem a habitação de Deus com
seus santos anjos, arcanjos, querubins, serafins, é santa o suficiente para
conter a Santidade e a Glória de Deus! Estou tentando te mostrar nessas linhas
escritas, que Deus é um ser tão santo – mas tão santo – que nem mesmo aquilo
que Ele criou com a máxima perfeição pode se equivaler à Sua santidade.
Confesso
que ao mesmo tempo em que isso é maravilhoso é também assustador, chocante e
até aterrorizante, saber que Deus é tão santo assim!
Mas você pode perguntar: o que há de assustador
em saber que Deus é santo?
É assustador, porque podemos ter uma ideia da
dimensão e da extensão das nossas ofensas proferidas a esse Deus santo! Nossas
ofensas, delitos, transgressões e pecados atacam diretamente a Sua santidade, e
se tornam muito mais graves e profundos do que imaginamos. Temos ofendido um
Deus santo, ignorado Seus valores, atributos, agimos com desdém, temos colocado
Ele em uma posição humana, amando assim mais a criatura do que o criador (Rm
1.25).
Não
respeitamos Sua onipresença, aliás, você sabe o que isso quer dizer? Significa
que Deus está em todo lugar e em todo momento contemplando tudo e todos,
inclusive nossos pensamentos. Pense: todas as nossas ações profanas e
reprováveis são feitas diante dos seus olhos, na sua própria presença! Já
pensou nisso alguma vez?
Não o temos honrado como Lhe é devido, não temos
tributado a glória que Lhe é devida, não temos tido zelo pelo Seu nome e Sua
santidade, como Jesus nos ensinou: “santificado seja o seu nome” (Mt 6.9). Eu
estou dizendo diretamente da Sua Pessoa! Deus não é uma coisa ou um ser
abstrato, Ele tem personalidade, atributos, caráter, vontade, um reino celeste,
Dele vêm leis e ordens a serem obedecidas, quando é que vamos acordar pra isso?
A grande
verdade é que a maioria das coisas que fazemos, não é tendo em mente e como fim
a santidade de Deus, melhor dizendo: Deus é quase a última pessoa que pensamos
quando estamos envolvidos na rotina da nossa vida. Não há qualquer preocupação
com a Sua pessoa, se Ele está sendo ofendido ou esquecido o se a Sua santidade
está sendo zelada ou não! Nem sequer sabemos que estamos a ofendê-Lo e muito
menos temos noção da envergadura de tal ofensa! Talvez esse seja o maior pecado
da humanidade: a ignorância De Deus!
E mais, vocês da
classe acadêmica e intelectualizada, tem feito de Deus nada mais que um objeto
de estudo, com o intuito de defenderem suas teses e teorias. Quando deveriam
estar gravando seus nomes nos corredores dos céus, esforçam-se por inscrevê-los
apenas nos anais do saber!
No entanto, o pior não é isso! Tal maneira de
viver traz consequências severas e gravíssimas, pois quando cometemos delitos
na Terra, por exemplo, furtos, roubos, calúnias, homicídios, esses diversos
delitos são punidos de conformidade com a gravidade dos mesmos, contudo a
punição é aqui na Terra e, por certo período de tempo, e toda essa sanção e
pena é justa de acordo com nossas leis.
Agora as
ofensas que estão aqui em questão não foram feitas a um homem mortal, a uma
repartição humana, a um animal ou meio ambiente, nem mesmo a um cristão
piedoso. As ofensas que tratamos aqui foram e são feitas contra um Deus santo!
Quando ofendemos um ser santo, eterno, perfeito, cheio de glória, a punição
(pena) de equivaler-se à ofensa, e essa punição será de âmbito eterno!
É
exatamente a esse Deus descrito acima que temos ignorado e pecado
descaradamente, sem levar em conta Sua glória e santidade excelsas. Trata-se de
uma afronta e Deus não tolerará algo que ofenda Sua santidade!
Agora, é maravilhoso, pois ao sabermos em parte a
dimensão da Sua santidade e glória – que são infinitas – também podemos ver a
dimensão do Seu amor e graça, porque mesmo sendo tão santo e magnífico se
revelou à mais indigna criatura: o homem caído.
Ó Deus, que
Cristianismo estamos vivendo! Seu Nome está sendo escarnecido! Seus santuários
profanados! Sua Lei distorcida! Seu espírito blasfemado! Vivemos em um mundo
que ninguém te conhece! Por isso pecamos desenfreadamente contra Ti, Meu Deus!
Sem mesmo termos a dimensão do tamanho desses pecados, pois não conhecemos a Ti
nem Sua santidade. Ó Deus, nos perdoe, livre-nos da ignorância. Pois
por mais que tudo que o Senhor formou ou deixou seja belo, justo e bom, não se
equivalem ao Seu amor, Sua justiça e Sua santidade, para a qual devemos viver,
amar, e entregar totalmente nossas vida. Amém!
“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais
outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (1Co 10.31).
Paulo Júnior
Paulo Júnior