E O
OUTRO ?
Então Javé perguntou a Caim: Onde está o seu irmão
Abel? Caim respondeu: Não sei. Por acaso eu sou o guarda do meu irmão?(Gn
4:9)
“É
melhor sozinho do que mal acompanhado”.
Sem que para isso, com certeza, se venha cometer homicídios para evitar
más companhias. “Diz-me com quem andas e
eu direi quem és”. A idéia basilar é um e o outro. “A união faz a força”. Logo: quanto mais juntos, vivos é claro, mais
fortes. E a sábia lição salomônica: “Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se caírem, um levanta o outro;
ai, porém do que estiver só; pois, caindo não haverá quem o levante”.(Ec
4:9-10)
O
acontecido entre os irmãos Caim e Abel é, sem dúvida, o oposto daquilo que o
Senhor espera de qualquer relacionamento entre os seres: a fraternidade, em que
cada um é protetor do outro. A
auto-suficiência introduz a rivalidade e a competição: o companheirismo é destruído e, em vez de
proteger, o homem fere e mata o outro.
Contexto no qual a palavra pecado aparece, literalmente, na Bíblia, pela
primeira vez(Gn 4;7).
O
Senhor fez a Caim esta pergunta, não porque não soubesse o que tinha ocorrido,
o que queria de fato é que Caim refletisse sobre o que tinha feito ao outro,
aos pais e à sociedade. Caim precisava
perceber o seu pecado. O Senhor ainda confirma perguntando: “Que fizeste?”(Gn
4:10).
E
O OUTRO? Eu quero,
pessoalmente, ser incomodado com esta pergunta.
E preciso, com toda força e profundidade, incomodar você. Por acaso sou
o guarda do outro? Precisamos
pensar no que fizemos para que o outro se ausentasse. Quando nos
inquietar o afastamento do outro
e com amor de irmão formos procurá-lo
saberemos os motivos dele, e pode ser que seja estampado aos nossos
próprios olhos, para tristeza e dor, nossos erros, nossos homicídios, nossos
pecados. Quantas vezes ferimos fazendo ou conscientemente omitindo. Quantas
vezes matamos falando ou indiferentes e apáticos deixando de falar.
“A
vida é a arte do encontro”. No encontro
há, automaticamente, reconciliação,
recongraçamento, harmonia,
acomodação, perdão. A Bíblia nos
ensina assim, desde Gênese: Jacó por sua leviandade e aptidão exploradora
teve que viver grande parte de sua vida sem poder ver a seu irmão e
consequentemente aos seus pais. Teve
oportunidade de encontrá-lo, abraçá-lo e beijá-lo e estabelecerem a
reconciliação. José por muitos anos
esteve separado de seus irmãos, mas, por providência divina foi encontrado por
eles e estabeleceu-se a reconciliação e o perdão.
E
O OUTRO? A resposta não é tão simples. Requer humildade, reconhecimento e confissão
de faltas e culpas. Exige esforço para
perdoar e pedir perdão. Que Deus nos
ajude, proporcionando-nos amor e consideração para com o OUTRO.
Rev
Ersino Albano da Silva
-----------
PARA
PENSAR
“O
caminho certo para ser humilde não é rebaixar-se até ficar menor do o que já é,
mas permanecer na sua real altura, diante de uma natureza mais alta que lhe
mostrará a verdadeira pequenez de sua grandeza.”.
---------