quinta-feira, 16 de agosto de 2012


E  O  OUTRO ?
Então Javé perguntou a Caim: Onde está o seu irmão Abel?  Caim respondeu: Não sei.  Por acaso eu sou o guarda do meu irmão?(Gn 4:9)
“É melhor sozinho do que mal acompanhado”.  Sem que para isso, com certeza, se venha cometer homicídios para evitar más companhias.  “Diz-me com quem andas e eu  direi quem és”.  A idéia basilar é um e o outro.  “A união faz a força”.  Logo: quanto mais juntos, vivos é claro, mais fortes. E a sábia lição salomônica: “Melhor é serem dois do que um,  porque têm melhor paga do seu trabalho.  Porque se caírem, um levanta o outro; ai, porém do que estiver só; pois, caindo não haverá quem o levante”.(Ec 4:9-10)
O acontecido entre os irmãos Caim e Abel é, sem dúvida, o oposto daquilo que o Senhor espera de qualquer relacionamento entre os seres: a fraternidade, em que cada um é protetor do outro.  A auto-suficiência introduz a rivalidade e a competição:  o companheirismo é destruído e, em vez de proteger, o homem fere e mata o outro.   Contexto no qual a palavra pecado aparece, literalmente, na Bíblia, pela primeira vez(Gn 4;7).
O Senhor fez a Caim esta pergunta, não porque não soubesse o que tinha ocorrido, o que queria de fato é que Caim refletisse sobre o que tinha feito ao outro, aos pais e à sociedade.  Caim precisava perceber o seu pecado. O Senhor ainda confirma perguntando: “Que fizeste?”(Gn 4:10).
E O OUTRO? Eu quero, pessoalmente, ser incomodado com esta pergunta.  E preciso, com toda força e profundidade, incomodar você. Por acaso sou o guarda do outro?  Precisamos pensar no que fizemos para que o outro se ausentasse. Quando nos inquietar o afastamento do outro  e com amor de irmão formos procurá-lo  saberemos os motivos dele, e pode ser que seja estampado aos nossos próprios olhos, para tristeza e dor, nossos erros, nossos homicídios, nossos pecados. Quantas vezes ferimos fazendo ou conscientemente omitindo. Quantas vezes matamos falando ou indiferentes e apáticos deixando  de falar. 
“A vida é a arte do encontro”.  No encontro há, automaticamente, reconciliação,  recongraçamento, harmonia,  acomodação,  perdão. A Bíblia nos ensina assim, desde  Gênese:  Jacó por sua leviandade e aptidão exploradora teve que viver grande parte de sua vida sem poder ver a seu irmão e consequentemente aos seus pais.  Teve oportunidade de encontrá-lo, abraçá-lo e beijá-lo e estabelecerem a reconciliação.   José por muitos anos esteve separado de seus irmãos, mas, por providência divina foi encontrado por eles e estabeleceu-se a reconciliação e o perdão.
E O OUTRO?  A resposta não é tão simples.  Requer humildade, reconhecimento e confissão de faltas e culpas.  Exige esforço para perdoar e pedir perdão.  Que Deus nos ajude, proporcionando-nos amor e consideração para com o OUTRO.
Rev Ersino Albano da Silva
-----------
PARA PENSAR
“O caminho certo para ser humilde não é rebaixar-se até ficar menor do o que já é, mas permanecer na sua real altura, diante de uma natureza mais alta que lhe mostrará a verdadeira pequenez de sua grandeza.”.
---------
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Seguidores